domingo, 14 de dezembro de 2014

Artigo: "A Zoofilia na Antiguidade e Idade Média" (Ancient Zoophilia)

Por: Everfire
  
Hani Miletski, uma sexóloga e terapeuta sexual nascida em 1962 e que vive em Bethesda, Maryland, EUA, argumentou que a riqueza de informações que temos não deve deixar nenhuma dúvida de que a bestialidade tem sido uma "parte integrante da vida humana" desde a aurora da civilização.
O sexo entre humanos e animais parece ter começado, pelo menos, na Quarta Era Glacial (entre 40,000-25,000 anos atrás), talvez até antes. Desenhos rupestres do Neolítico indicam que nossos ancestrais pré-históricos copulavam com animais com bastante frequência. O 'Sagaholm', um carrinho de mão sueco com esculturas zoosexuais que data do início da Idade do Bronze Nórdica, é um belo exemplo da representação desta prática. Temos também pinturas e esculturas de encontros sexuais de seres humanos com animais em templos religiosos antigos, que indicam claramente a frequência com que mulheres e homens se envolviam em 'petlove'. Há evidência histórica e artística de práticas zoofílicas no Egito Antigo, na Grécia, Roma, África, Oriente Médio e Ásia, mas a atitude de algumas culturas foram mais abertas do que outras, visto que alguns povos baniram essa prática (que ocorre naturalmente) com a intolerância habitual de extremistas puritanos.

A bestialidade era praticada livremente na Babilônia, onde hoje fica o Iraque. Estranhamente, no Código de Hamurabi, o rei Hammurabi decretou a morte de qualquer pessoa que praticasse a bestialidade, quando é sabido que a zoofilia era praticada em alguns festivais e eventos organizados por ele. Por exemplo, durante os Spring Fertility Rites of Babylon (Ritos da Fertilidade da Primavera da Babilônia), cães e outros animais se tornavam parceiros sexuais de seres humanos durante uma orgia religiosa por sete dias e noites inteiras.
 Na América a bestialidade também era uma prática comum. É certo que o tipo e a regularidade da prática zoofílica variava de tribo para tribo, mas essa prática era amplamente aceita entre os Navajos, Crow, Hopi, Sioux, Apaches, Plains Indians, Esquimós e a tribo indígena canadense dos Saulteaux
No Peru havia a civilização pré-colombiana Mochica, que se desenvolveu entre 200 e 700 d.C no vale do rio Moche (atual província de Trujillo, La Libertad). Essa cultura se estendeu até os vales da costa norte do atual Peru. 

 O que vemos nesses potes representam os chamados "atos não naturais" ou atos que representam a morte (visto que, naturalmente, uma mulher não pode ter bebês com um cão - por mais que ela tente). Essas representações eram feitas para afastar a morte, já que, para esse povo, a morte só podia ser repelida por outras imagens de morte. Mais informações podem ser encontradas nesse endereço: http://www.latinamericanstudies.org/moche-erotica-2.htm).

Essas réplicas de potes Moche às vezes aparecem no Ebay (por isso, se você estiver fazendo compras on-line, não deixe de adquiri-las ... :)

 As religiões judaico-cristãs perseguiram e condenaram qualquer pessoa envolvida em bestialidade ao longo dos tempos. O Livro do Levítico descreve a bestialidade como sendo muito difundida no país de Canaã, onde atualmente está a Palestina (Israel), o Líbano e a Síria ocidental. Os altos sacerdotes hebreus declararam que a prática era maléfica e proibida, visto que para eles as relações sexuais com animais era uma maneira de se adorar outros deuses, e eles condenavam à morte tanto a pessoa que se relacionava sexualmente com os animais como o próprio animal. Curiosamente, o código da lei judaica (o Talmud) achou necessário proibir especificamente as mulheres de estarem sozinhas na companhia de animais, a fim de excluir qualquer suspeita, o que prova que as mulheres hebreias praticavam a zoofilia com uma certa freqüência, sendo por isso necessária a criação dessas leis.

Os antigos egípcios e gregos acreditavam que a bestialidade curava os ninfomaníacos. Os antigos egípcios retratavam com reverência a bestialidade em túmulos e em seus hieróglifos. O aspecto animal dos seus deuses é uma prova de que a bestialidade era praticada tanto para fins religiosos como mágicos. Heródoto afirma que a bestialidade ritual era praticada no Egito, sendo o exemplo mais famoso as cópulas de mulheres com cabras. O estudioso e antropólogo Lang afirma que as mulheres egípcias eram submetidas a bodes (ver Goat of Mendes). Plínio afirma que Semiramis se prostituiu com o seu cavalo e Venette diz que "não há nada mais comum no Egito do que mulheres jovens tendo relações sexuais com cavalos." No Iêmen, babuínos treinados eram parceiros sexuais comuns à homens e mulheres. Da mesma forma, no Nilo e vales Hindus, os macacos eram instruídos na arte de manipular os órgãos genitais de ambos os sexos. Há registros de que os babuínos com cara de cão uma vez se prostituíram com as mulheres "em todo o Egito e em quase todo o mundo árabe". Finalmente, há boatos de que os egípcios "dominavam a arte da relação sexual com o crocodilo", rodando-o em suas costas.


Leda e o Cisne. Pintura do artista holandês Peter Paul Rubens (1598–1602)

A Grécia Antiga usava frequentemente temas da bestialidade em suas religiões, como os vários encontros sexuais que os deuses, transformados em animais, mantinham com os mortais. Num desses encontros, Zeus se transformou num cisne (a única ave que possui um pênis eréctil) para copular com Leda. De acordo com Diodoro, Pausanias, Virgilio e Apollodorus, o deus Poseidon, para se vingar de uma afronta que Minos tinha feito, fez Pasífae (sua esposa) se apaixonar pelo touro branco que havia escapado do abate. Ela confiou a sua paixão zoofílica a Dedalus, o famoso arquiteto ateniense que vivia no exílio em Cnossos deliciando Minos e sua família com bonecas animadas de madeira. Dedalus prometeu ajudar e construiu uma vaca de madeira oca coberta com couro. Ele colocou rodas escondidas sob os cascos e levou para o campo perto de Gortina, onde o touro de Poseidon pastava entre as vacas de Minos. Depois de ensinar a Pasífae como se abria a pequena porta corrediça situada na parte traseira da vaca e de ajudá-la a entrar metida na parte traseira, o touro branco foi rápido, montou na vaca de madeira e assim Pasífae pôde satisfazer o seu desejo zoofílico. Com o tempo ela deu à luz ao Minotauro, uma criatura com a cabeça e cauda de um touro e corpo humano. Já os antigos egípcios se envolviam em "bestialidade sagrada" com o touro Apis, em Memphis, e com as cabras no templo de Mendes. Da mesma forma, os gregos antigos praticavam a bestialidade durante as celebrações e festivais religiosos. Apesar de que vários reis e rainhas egípcias tinham a reputação de praticar sexo com animais e os homens egípcios eram conhecidos por manterem relações sexuais com o gado e outros grandes animais domesticados, como crocodilos e cabras, a bestialidade foi uma ação punível no Egito em determinados momentos. Em contraste, a bestialidade nunca foi punida na Grécia Antiga.
Tal como os antigos gregos, os romanos também incorporaram a zoofilia em suas religiões. As mulheres romanas mantinham e utilizavam as serpentes para fins sexuais. Lucian comenta que as cobras eram ensinadas a mamar nos mamilos das mulheres. A bestialidade floresceu como um espetáculo público nesse período  da história romana, onde as mulheres copulavam com animais para divertir o público no Coliseu e nos 'Circus Maximus'. Os shows eram apresentados como encenações das histórias dos deuses, como aquele famoso episódio em que Pasífae é montada pelo touro branco (e acaba gerando o minotauro). Segundo o historiador Gerald Carson, ursos, crocodilos, leopardos e girafas eram treinados para copularem com mulheres e assim entreter o público em muitos eventos. Similar aos líderes egípcios antigos, muitos imperadores romanos e suas esposas (incluindo o imperador Tibério e sua esposa Julia, Cláudio, Nero, Constantino, o Grande, Theodora e a Imperatriz Irene) eram conhecidos por se envolverem em bestialidade ou gostavam de desfrutar vendo os outros se envolvendo com animais. A sociedade romana tinha cerca de 12 categorias formais de prostituta, sendo que algumas eram especializadas em animais. Em Roma havia bordéis nomeados de acordo com o tipo de animal que era oferecido. O caprarii era para as cabras, o belluarii para os cães e o ansenarii para as aves.

 A Índia tem muitos templos que, até hoje, mostram o sexo de seres humanos com animais em detalhes impressionantes e belos. O templo Kedareshvara, localizado na cidade de Balligavi, é um exemplo notável, assim como os templos de Khajuharo.

Levando-se em conta que a bestialidade era uma prática generalizada desde o alvorecer da civilização, as proibições sociais a esse tipo de amor fazem pouco sentido. As filosofias extremistas baseadas em ódio dos três principais sistemas de crenças abraâmicas classificaram muitas formas de amor como sendo maléficas e antinaturais com o intuito de manipular a sociedade, em que o sexo é bem definido, limitado e inculcado na mente das pessoas através de filmes e programas de televisão. E aqueles que naturalmente querem fazer algo diferente, se engajando em formas mais livres de amor são considerados e tidos como criminosos e hereges.

A adoção de religiões extremistas oriundas do Oriente Médio (islamismo, cristianismo, judaísmo) pelos europeus fez com que milhares de artefatos antigos e importantes que retratavam a zoofilia fosse sistematicamente destruídos ou escondidos. Por exemplo, as estátuas e arte exibidas na exposição ‘Life and Death in Pompeii and Herculaneum’ na Grã-Bretanha. A exposição incluiu uma série de artefatos fálicos e uma estátua do deus Pan fornicando com uma cabra. Os artefatos foram descobertos no século XVIII, lançados em 2000 e só foram mostrados ao público a partir de 2013. Estes objetos de valor inestimável que mostram a vida e os triunfos artísticos dos nossos antepassados efetivamente foram sendo escondidos devido aos preconceitos morais por mais de duzentos anos!  

Então lembrem-se, gente: a relação humana e animal é tão antiga quanto a própria humanidade. É natural e é bonito. Embora muitos tenham tentado esconder este fato dos povos modernos, a verdade deve sempre vir à tona e florescer em face das mentiras perpetuadas por aqueles que querem torcer e esconder a verdade. A prova ainda está lá e aqueles que querem se instruir e conhecer a história da humanidade em todos os seus aspectos podem ver. 



Tradução e adaptação: Roberto Wolf.

















3 comentários:

  1. Acho zoofilia tão bonita , vou procurar iniciar minha esposa nisso !

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  2. O autor condena a religião por pregar o erro na prática da zoofilia? Amigo cada animal tem o macho e a fêmea justamente para o sexo entre eles.

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